domingo, 5 de fevereiro de 2012

Aquário


Passava horas olhando para além daquela enorme superfície cristalina.
Batia no vidro, vez ou outra, como se quisesse confirmar, com o seu toque infantil, que existia vida além daquele conjunto de monotonia. E conseguia, algumas vezes, sinais dela.

Acabava por sentir-se parte daquele todo. Dos peixes, das luzes que a água refletia desastrosamente e até mesmo das pequenas bolhas que dançavam, pelo vidro, a convidando para um universo que não lhe era palpável. Era tudo vida.

Não satisfeita, novamente dava pequenas palmadas no aquário, na tentativa de agitar a água e desarrumar toda aquela sintonia de cores. Queria desalinhar aquele mundo tão particular.

O vidro permanecia no lugar, porém, os elementos não suportavam os pequenos golpes. Por segundos, faziam-se diferentes, estranhos, para depois voltarem aos lugares que os pertenciam e lhes eram de direito, antes de tudo desandar.

3 comentários:

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  2. "Acabava por sentir-se parte daquele todo. Dos peixes, das luzes que a água refletia desastrosamente e até mesmo das pequenas bolhas que dançavam, pelo vidro, a convidando para um universo que não lhe era palpável. Era tudo vida." - expressa a fase em que eu estou.

    sz

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  3. MEU DEUS Q LINDO ISSO! ME LEMBRA MUITAS ATITUDES E MUITAS PESSOAS Q SE AFOGAM, AO TENTAREM SE ARRUMAR TB... NAUM SUPORTAM OS GOLPES, E NAUM MUDAM SUAS CORES ;)

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