quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

2010 e Bruno


Noite passada eu tentei imaginar o vazio. Desde muito pequena tenho mania de pensar em algo genial e ir correndo escrever sobre isso. Não mudei nada. E aí começou aquela conversação maluca entre eu e o meu eu.
 Sentiu a pontuação maluca e a falta de revisão, Ló?
 Senti. Mas não ando muito boa pra escrever.
 Passar muito tempo longe faz isso. Mas vai, concentra aí.
 Você não acha que penso demais? – me vejo perguntando em voz alta.
 É.

Mas é tudo culpa do sono, ou da falta dele. Ainda não sei.

É só que estou fazendo a contabilidade desse ano que acabou, do primeiro namoro, das velhas e boas amizades, dos novos conhecidos, da seca de lágrimas. Estou tentando absorver como é se sentir no lugar do outro. Estou tentando entender porque, mesmo com saudade e tristeza, não consigo voltar a pensar no Bruno.

Estou tentando entender porque sou tão desastrada e porque falo tão sem pensar, também. Estou tentando alguma maneira de deixar esses posts menos tristes e mais parecidos com a verdadeira eu. Na realidade, eu estou tentando me permitir sorrir mais, bem mais.

Só que de verdade.

A vida pra mim, sempre foi dividida entre sorte e azar. Lohaine sempre rimou com má sorte, só que agora, AGORA, eu acho que estou tentando aceitar isso sem me deixar ser tão escrava desses dois opostos.

Eu ando pensando que toda essa inconstante comigo mesma tem me feito bem, só que de forma bastante oculta e esquisita. Eu não parei de gostar. Mesmo longe, mesmo tão assim. Eu preciso dele, sabe?

Mas deixa pra lá, porque ao mesmo tempo em que quero correr até você e te abraçar, quero estrangular o seu pescoço e te enterrar vivo por ser tão assim. Mas logo passa tudo isso.

A dor é chata, mas é camarada. Sem ela  e as dúvidas  esse balanço não ia estar acontecendo. E eu também não ia ter esse blog. Que, aliás, foi o melhor pedaço de projeto que 2010 poderia ter me trazido.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Acabou


No período de dois meses, cansada da vida, cansada de tudo relacionado ao amor, cansada de todos que conheço, cansada de tudo relacionado a ele, me mantive em uma manifestação estranha de sentimentos.

Todos que me conhecem bem, sabem que tenho uma mania estranha de falar comigo mesma e com personagens imaginários que eu mesma dou vida e invento. Tudo tirado da minha mente cheia de felostamina e esquisitice.

Pode parecer estranho, mas não foi grande surpresa levantar a cabeça do travesseiro e o ver sentado bem ali, na minha cama fumando um cigarro e me olhando com curiosidade.
 Por que você tá chorando?  ele perguntou.  Todo mundo te avisou que isso ia acontecer. Digo, sobre eu e você.
 Por que você fez isso? Por que você quis fazer isso?
 Não sei.
– Você tem que saber.
 Não sei. Acho que precisava de alguém – e dando um trago no cigarro – e você estava lá. E sei lá, você me tratava tão bem. Foi o que eu disse, naquele dia eu acordei apaixonado por você.
– Rá. Apaixonado. Até parece.

Naquela ocasião, eu podia não permitir que aquilo acontecesse. Ele era a parte lesada de mim, dos meus pensamentos conturbados, dos meus planos, de todo aquele ano.

 Você não entende. Eu sou só parte da sua consciência. Não sou ele de verdade. Eu sou um holograma criado pela sua mente. Não posso responder nada muito difícil, sabe como é, eu sirvo apenas para você não esquecer dele e tentar achar onde foi que os dois erraram nisso tudo.
 Tanto faz.
 Sabe, quando eu aparecia há uns meses atrás você costumava ficar mais feliz em me ver. E nossa, era legal ficar horas falando sobre os nossos planos e sobre o quanto nós íamos dar certo.
 Isso foi antes da gente, sabe como é.
 Terminar.
 Odeio essa palavra.  Por que a gente começou com tudo isso?
 Não sei. Não dá para explicar.
 Foi porque você quis. 
 Eu gostava de como a gente era no começo.
 E eu estraguei tudo.
 Acho que sim. Mas a culpa não é só sua.
 Eu não posso mais ficar aqui te esperando. 
 Eu estive pensando, talvez seja hora de você ir embora. Te deixar ir, sabe como é.
 Pra sempre?
 Não, talvez você possa aparecer de vez em quando. Para eu sentir um pouco de saudade.
 Pelo menos uma vez ao dia?
 Mais ou menos isso.
 É o que você quer?
 É o que vai me fazer bem. Você vai indo aos poucos.
 Você não vai mais escrever sobre mim?
 Não sei, acho que por um tempo, não.
 Você foi uma boa amiga.
 Você também.
Sinto que não há mais nada para ser dito. É agora.
 Então, acho que é hora de você ir embora.   Então, é isso. 
 Até qualquer hora.
E simples assim, eu o deixei ir.